Vida dupla

Nin­guém pode ser­vir a dois senho­res; por­que ou há de abor­re­cer-se de um e amar ao outro, ou se devo­ta­rá a um e des­pre­za­rá ao outro. Não podeis ser­vir a Deus e às rique­zas.” (Mt. 6.24)

A con­ver­são, ou mudan­ça de vida, é uma prer­ro­ga­ti­va para se viver a fé cris­tã. Ou seja, não é pos­sí­vel optar por seguir a Cris­to e con­ti­nu­ar viven­do como se nada tives­se acon­te­ci­do ou esti­ves­se por acon­te­cer. Na nos­sa vida coti­di­a­na, apre­sen­tam-se mui­tas opções para alcan­çar a feli­ci­da­de, a ple­ni­tu­de ou a pros­pe­ri­da­de. Entre tan­tas opções, há uma úni­ca que nos leva a ter uma vida abun­dan­te: a boa nova do Evangelho.

Sim, é pre­ci­so fazer uma esco­lha. Jesus é taxa­ti­vo ao afir­mar aos dis­cí­pu­los que não é pos­sí­vel ser­vir a dois senho­res, não é pos­sí­vel ter uma vida dupla. Ao fazer­mos uma esco­lha, esta­mos optan­do por um lado em detri­men­to de outro. Não há espa­ços para rela­ti­vis­mos ou meio ter­mo. Temos de esco­lher a quem ser­vir e ponto.

No tex­to bíbli­co, Jesus apre­sen­ta aos dis­cí­pu­los duas pos­si­bi­li­da­des: ser­vir a Deus ou às rique­zas. Nes­se con­tex­to, as “rique­zas” per­so­ni­fi­cam todas as pai­xões huma­nas, ou tudo aqui­lo que toma o lugar de Deus em nos­sos cora­ções. Por­tan­to, o impe­ra­ti­vo é: deve­mos abrir mão de tudo que pos­sa tomar o lugar de Deus em nos­sas vidas. Um epi­só­dio bíbli­co ilus­tra per­fei­ta­men­te essa situ­a­ção. É a his­tó­ria do jovem rico (Mt. 19.16–22). Quan­do Jesus lhe diz que ele tem de fazer uma esco­lha, o jovem opta por suas rique­zas, infe­liz­men­te, e abre mão de seguir o Mes­tre, assim como mui­tas pes­so­as aca­bam fazendo.

Quan­do não colo­ca­mos o Senhor como o cen­tro de nos­sa exis­tên­cia, pas­sa­mos a viver uma vida pela meta­de; temos uma prá­ti­ca de vida dian­te da comu­ni­da­de de fé e outra dian­te dos mais dife­ren­tes con­tex­tos que viven­ci­a­mos. Isso não é acei­tá­vel para Deus, pois Ele requer de nós uma entre­ga total.

Vir à igre­ja sim­ples­men­te não é a pro­va cabal de que fize­mos uma opção por Cris­to. É no nos­so dia a dia, em que somos desa­fi­a­dos, ten­ta­dos e asse­di­a­dos por tan­tos ape­los, que pro­va­mos a quem ser­vi­mos. Jesus, inclu­si­ve, é o sím­bo­lo mai­or de que a san­ti­fi­ca­ção se dá fora do tem­plo (Hb. 13.12). Não pode­mos viver ou con­ti­nu­ar viven­do uma vida dupla; não pode­mos ser­vir a dois senho­res. Deus, em sua infi­ni­ta bon­da­de, nos con­ce­de sua gra­ça e mise­ri­cór­dia. Con­tu­do, não pode­mos ficar ten­tan­do a Deus e per­mi­tin­do que o peca­do seja algo natu­ral em nos­sa vida ape­nas por­que sabe­mos que Deus sem­pre nos perdoará.

Ao fazer­mos uma esco­lha defi­ni­ti­va por Cris­to, nós somos os mai­o­res bene­fi­ci­a­dos, pois o agir de Deus em nos­sa vida é pro­por­ci­o­nal à nos­sa con­sa­gra­ção, bus­ca e entre­ga. Por­tan­to, ao acei­tar­mos a Deus como nos­so senhor, temos a cer­te­za de que, se Ele é por nós, quem será con­tra nós? (Rm. 8.31)

Que pos­sa­mos todos os dias esco­lher a Jesus Cris­to como nos­so senhor e sal­va­dor, para assim ter­mos uma vida san­ti­fi­ca­da e aben­ço­a­da por Ele.

Pr Tiago Valentim

Com cari­nho e esti­ma pastoral,
Pr. Tia­go Valentin

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